terça-feira, 18 de agosto de 2015

ANÍSIO TEIXEIRA







5. Anísio Teixeira - Contribuições para o ensino superior brasileiro.







     Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) compunha uma geração de intelectuais que
apresentava como objetivo central de suas ações a construção de uma sociedade
desenvolvida e moderna por intermédio da Educação. Defensor de uma educação
pautada na cultura nacional, Teixeira inseriu-se no cenário educativo como educador e
administrador. Seu legado obteve relevante importância por meio de sua significativa
contribuição para repensar a estrutura educativa brasileira, sempre inserido no debate acerca da problemática educacional nacional, vislumbrava no desenvolvimento do campo educacional, a possibilidade concreta para a materialização do aprimoramento da sociedade brasileira. Para o educador, esta deveria adotar como sentido orientador a necessidade de concretização de um sistema educativo de qualidade, e, acima de tudo, democrático.

O certo é que de volta da Europa, em 1925, propõe o projeto de reforma do ensino baiano no qual defende a concepção de que a escola deve oferecer uma educação integral, desenvolvendo nos alunos qualidades cívicas, morais, intelectuais e de ação. O seu envolvimento com a educação permaneceu,  por toda a sua vida. Como homem de ação, comprometido com o ensino público brasileiro, mostrava-se sempre inquieto, em busca de encaminhamentos e de soluções para as questões educacionais, de forma especial, voltados para a expansão do ensino escolar para as classes populares. Ele acreditava que as modificações da sociedade brasileira precisavam modificar o homem também e esse papel deveria ser da escola que daria a esse "novo homem" uma visão democrática da vida. "Fácil demonstrar como todos os pressupostos em que a escola se baseava foram alterados pela nova ordem de coisas e pelo novo espírito de nossa civilização", costumava se referir ao novo estado das coisas que deveria estar associado às transformações materiais,  mudança da escola e consequentemente do homem que dela participava. Foi também o criador da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de 1951.Criador da Universidade do Distrito Federal (UDF), em 1935, Consciente da extrema complexidade existente no propósito de conceber a institucionalização de uma universidade idêntica aos modelos estrangeiros de ensino e pesquisa no Brasil, o posicionamento de Teixeira se fez presente na defesa de um modelo de universidade que não consistisse apenas em um mero ‘transplante’"de ideias e modelos exteriores, como se havia criado no Brasil até o momento, mas na tentativa de organização de uma instituição nacional e de acordo com o seu tempo. Os projetos elaborados por Teixeira das instituições de educação superior conseguiram ser, a um só tempo, republicanos, ousados e inovadores, provocando, em conseqüência, fortes reações dos setores mais conservadores da sociedade brasileira. Podemos destacar ele também , como um dos grandes percursores e incentivadores das pós graduações, e que acreditava na revolução superior como chave para um futuro social mais igualitário e libertador.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Reflexão - Paulo Freire " Não há docência sem discência "




  4.  Pedagogia da Autonomia no Ensino Superior ( Paulo Freire ).




  Ele faz algumas abordagens interessantes, onde o professor não apenas transmite conhecimento, mas há uma troca de informações entre o aluno e o professor. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender. Outra abordagem importante, é que “Ensinar não é transferir conhecimento”, mas sim criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Isto é, ensinar ao aluno a pensar. 


Freire introduz Pedagogia da autonomia explicando suas razões para analisar a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser e de saber do educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas" (p.. 15). Define essa postura como ética e defende a ideia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de "ética universal do ser humano", essencial para o trabalho docente. Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos (...) É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar.
Em sua análise, menciona alguns itens que considera fundamentais para a prática docente, enquanto instiga o leitor a criticá-lo e acrescentar a seu trabalho outros pontos importantes. Inicia afirmando que "não há docência sem discência", pois "quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado". Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno. "Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.Justifica assim o pensamento de que o professor não é superior, melhor ou mais inteligente, porque domina conhecimentos que o educando ainda não domina, mas é, como o aluno, participante do mesmo processo da construção da aprendizagem. E por fim, ele coloca que o educador precisa gostar de ensinar. Tem que estar na alma do professor. O professor tem que ser apaixonado pela que faz.




PNE - Plano Nacional de Educação.



                        3. As 20 Metas do PNE ( Plano Nacional de Educação ).



Planejar é uma tarefa complexa e desafiadora que implica assumir compromissos com o esforço contínuo de eliminação de desigualdades históricas no país. Desse modo é preciso adotar uma nova postura, construir formas de colaboração cada vez mais orgânicas entre os sistemas de ensino. A opinião entre quem pensa e discute educação é unânime: o novo Plano Nacional de Educação, que traça as metas para o setor nos próximos dez anos, avançou em relação ao que está em vigor. Porém, ficou aquém do esperado. O motivo de maior descontentamento, sem dúvida, é com a previsão de investimentos na área.










  •                         Quais são estas 20 metas? 



Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças
de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em
creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de
até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.

Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população
de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.


Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15
(quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE,
a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou  super dotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do
ensino fundamental.


Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por
cento) dos(as) alunos(as) da educação básica.


Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades,
com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes
médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos
anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio.

Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove)
anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de
vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade
no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média
entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística – IBGE.

Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais
para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o
final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%
(cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada
à educação profissional.

Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegur-
ando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta
por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18
(dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e
doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação
superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta
e cinco por cento) doutores.

Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto
sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000
(vinte e cinco mil) doutores.

Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de
formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do
art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores
e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior,
obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores
da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as)
os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação,
considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de educação
básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais profissionais
com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.

Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para
os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de
ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pública,
tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos
termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.



  •      Acesso a dados mais detalhados sobre o PNE, através de : pne.mec.gov.br




UNIVERSIDADE - Qualidade ou Condição de Universal.




          



                        2. UNIVERSIDADE ?!?!?!?!?!?!        









  •           O que é Universidade Para Você ?




universidade no meu conceito, é uma instituição que deve ser polivalente, de forma   pluridisciplinar de formação, que estimule o estudante a ampliar o seu saber humano, explorando de forma ampla várias formas do saber, sendo eles científicos ou não, trata-se de uma necessidade universal que todos nós precisamos, para completar a nossa formação em uma área específica, que abrange vários saberes desde à cultura as artes, passando pela saúde e história. 





  •           O que representa a universidade nos seus planos de vida ?





A educação tem como protagonistas discentes e docentes, ambos com direitos e deveres fundamentados por normas pré-estabelecidas por uma instituição de ensino, neste caso, a Universidade. Ela é quem institui o que deve ser obrigatório para ambas as partes, também é responsável por formar profissionais aptos para suprir a demanda externa, seja ela por parte da sociedade ou do mercado de trabalho. No entanto, o ingresso dos estudantes nela é um processo posterior ao ensino médio e isso é determinado pela qualidade do ensino e as oportunidades que cada indivíduo teve. Apesar das particularidades, dadas por diferentes classes sociais, crenças e etnias, no ambiente universitário firma-se um compromisso de integração social para garantir a equidade entre discentes, por meio da solidariedade e acolhimento dos mesmos.
Para meus planos futuros, a vida universitária é de grande importância, uma vez que é o primeiro passo para a minha formação profissional e pessoal, pois traz acesso a novas informações, sendo elas oferecidas de forma tecnológicas e didática, abre os horizontes do indivíduo como ser humano. A vida acadêmica representa minha realização pessoal, a busca por suprir minha sede por conhecimento e por ter uma profissão e de me inserir no cotexto social, de forma ativa , como uma profissional ativa na área de formação que busco me formar, e pretendo utilizar a UFSB - Universidade Federal do Sul da Bahia, como trampolim para romper as minhas próprias barreiras e realizar meus sonhos e objetivos. .



domingo, 26 de julho de 2015

UNIVERSIDADE E SOCIEDADE - As Pessoas Como Protagonistas de Suas Vidas.




  1. Análise comparativa dos vídeos: Jardim Gramacho, Ilha das Flores e Boca do Lixo com o texto vista Cansada de Otto Lara Resende?

Todos os três documentários têm como tema central o lixo e as relações humanas que o criam e quem o reutiliza, cada um abordando o assunto de maneiras diferentes e a partir de óticas diversas. 
 
Jardim Gramacho, boa parte dos entrevistados mostra-se satisfeita com sua condição, e veem liberdade nesta, uma vez que em seu trabalho não estão subordinados a chefes ou patrões. Vale notar que há perspectiva de mudança para alguns: uma catadora diz ter uma filha graduanda em Direito.





Em Boca do Lixo, são retratados tanto catadores que apreciam sua condição pelos vínculos sociais que ali criaram, por exemplo, quanto catadores que lá estão apenas por falta de oportunidade e condições de uma vida que consideram melhor. Um aspecto notável é que os resíduos nos quais os catadores buscam utensílios que possam ser aproveitados já fora desprezado por outros catadores. Era o lixo do lixo Nos três vídeos percebe-se que não há condições dignas de trabalho para os catadores; alguns chegam a ferir-se com lixo hospitalar. vemos como que vivemos a experiência tátil da vida diária de centenas de pessoas, quase todas inicialmente muito hostis à equipe do cineasta – “o que você ganha com isso?”, um menino de dez anos pergunta ao diretor – mas que acaba no quintal de alguns desses seres errantes: coisa previsível para os habitués do cinema de Coutinho, que prima por investigar e revelar falas cheias dos enigmas menos confessáveis da vida.

lha das Flores enfatiza o desperdício dos resíduos finais dos processos de produção e consumo que serão, entretanto, responsáveis pela provisão da sobrevivência dos catadores do lixão. Os porcos são priorizados em detrimento dos seres humanos. É possível perceber, já no fim do texto do vídeo, que há uma citação a respeito da liberdade. Vê-se que, devido a fatores como desigualdade social, falta de oportunidades e ausência de garantia de direitos básicos, esta liberdade não é plenamente desfrutada por todos; muitos estão presos a sua condição, sendo-lhes impossibilitada ascensão social, acesso à educação, entre outros. Não é mostrado de forma explícita no curta a opinião dos catadores a respeito de suas situações. Pode-se deduzir, no entanto, que alguns estão não satisfeitos, mas conformados. O curta que já se tornou um clássico de Jorge Furtado, percorre uma longa cadeia de tempos e espaços, tendo como fio condutor um tomate, até que chegue ao aterro da cidade –  onde os habitantes famintos do lugar ficam “abaixo da linha dos porcos” no direito à reciclagem do lixo, que não obstante assegura-lhes a sobrevivência. Muito mais do mesmo aparece nos documentários de Eduardo Coutinho e de Jorge Furtado, com a diferença de que neles o olhar se fixa mais atentamente no espaço dos próprios aterros ditos sanitários. O curta Ilha das flores é, sem dúvida, um desbravador audaz da épica da miséria nacional e mundial (já que aborda o local e simultaneamente o universal). No final da década de 80, um cineasta em início de carreira acerta as contas com a opressão e a injustiça vividas no Brasil militarizado em que nascera, com um breve filme-denúncia cujo roteiro e montagem parodiam a ortodoxia dos programas televisivos e documentais com finalidades didáticas. O “filme-ensaio” de Jorge Furtado – dedicado a  nossas mazelas, empreende uma investigação derrisória da diferença existente entre tomates, porcos e seres humanos – seus personagens. Colando fatos e fotos a toda velocidade, à maneira de um caleidoscópio, o curta-metragem dá voltas ao mundo derrubando ícones e desarmando mecanismos de autodestruição humana através de esquemas classificatórios delirantes e de silogismos tautológicos, no início o espectador, manipulável como um fantoche pela própria lógica do filme, é levado a rir, incrédulo; no gran finale às avessas, é levado a chorar – e tudo isto em apenas doze minutos.Com Boca de lixo, Coutinho vai se despedindo das trilhas sonoras: uma música concretista (composição de Tim Rescala) ainda acompanha o trabalho dos párias separando o lixo, que pouco acrescenta à crueza das imagens dessas catacumbas do mundo contemporâneo. Audiovisual, o que tem sido visto por muitos críticos como um imperdoável deslize estetizante. Aliás, quando Lins descreve o início de Boca de lixo, parece projetar o filme futuro (e futurista) de Prado. Imagens que provocam repulsa e mal-estar, constrangedoras, degradantes, habitadas por pessoas acostumadas com aquelas montanhas de detritos e sujeira, em busca do ouro em um tipo diferente de garimpo. Mas enquanto Coutinho duela sistematicamente com o estereótipo e o senso comum, evitando,  a “humanização” dos catadores. De forma a dar oportunidade a uma vida para alguns desconhecida - o que pode justificar em alguns casos a preferência pela permanência no lixão - é necessário fornecer programas de acesso à educação, moradia, saúde de qualidade, o que abre portas para novas possibilidades e permite uma liberdade mais completa do indivíduo. Para facilitar o trabalho de quem escolhe continuar nos vazadouros, é necessário que haja segurança no exercício de suas funções, oferecendo equipamentos de proteção como luvas, botas, entre outros. Deve-se ressaltar, no entanto, que um dos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem como meta o fim dos lixões. Não é coerente, desse modo, idealizar programas de assistência com resultados a longo prazo aos catadores que desejam permanecer nos lixões, uma vez que estes devem ser desativados.
       
O texto Vista Cansada, de Otto Lara Resende, faz reflexão sobre a forma de vermos as coisas, que na maioria das vezes não observamos o que está à nossa volta. Às vezes não damos importância a algo ou situações que acontecem diariamente em nossas vidas, nosso caminhar, por não enxergar o que está diante dos nossos olhos. Deveríamos ter um olhar mais atento aos nossos próximos, aos que lutam diariamente para sobreviver, como os que estão no lixão.